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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Artigo: "Essa tal de Inclusão"


A inclusão vista sob outro olhar.




Na cidade onde moro e trabalho, o assunto do momento que causa o maior “frisson” em pais, professores e alunos é a Inclusão Escolar.



Mas esta inclusão, seria um direito do aluno ou apenas o cumprimento de uma lei?


Poucos sabem como proceder e enxergam apenas crianças com necessidades educacionais especiais sendo colocadas em classes regulares.


Muitos acham até que estão tendo seus direitos, no mínimo, abalados, por serem “obrigados” a receber alunos com tais necessidades especiais, sem que suas Secretarias promovam a devida formação.


Falando sob a ótica do professor, nos deparamos com uma classe com 35, 40 alunos, muitos deles hiper ativos (veja bem, não aqueles portadores do transtorno da hiperatividade, apenas crianças muito ativas e que, levadas pelo sistema, muitas vezes não aprenderam a respeitar nem a si próprio, quanto mais a professores e colegas), recebendo 4 até 5 inclusões em sua sala.


Como agir? Como reger uma aula onde estávamos acostumadas a um ritmo, sem que estes novos alunos acompanhem tal passo?


Já paramos pra nos perguntarmos se todos alunos são iguais? Todos têm a mesma forma de aquisição do aprendizado?


Primeiramente devemos lembrar que mais que uma lei, a inclusão é uma atitude onde devemos resgatar o respeito ao próximo e à diferença, além da genialidade em ensinar, pertinente àquele que escolheu essa profissão pelo amor. Sempre soubemos que cada pessoa tem seu ritmo e sua maneira de aprendizagem, o que é majestosamente guiado pelos dotes de cada professor. Com os alunos especiais também funciona assim! Cada qual com seu tempo, seu ritmo e suas limitações.


Devemos, sim, mudar nosso foco, mudar a maneira de vermos a aprendizagem e percebermos que não é só de verbos, tabuadas e conjunções que são feitos os ensinamentos.


Muito mais que isso, abordamos relações, valores morais, condutas, opinião pública e tudo o que envolva um ser pensante.


Mais que professores, somos formadores: de opinião, de caráter, de pensamentos, de valores!


Nossos pequenos são muito mais abertos ao novo do que alguns preconceituosos adultos.


Devemos buscar formação, informação, orientação, textos e muito mais sobre aquilo que não possuímos domínio.


Ora, quando queremos fazer um bolo, pegamos os ingredientes, a receita e a seguimos.


E quando não há receita? Sabemos quais são os ingredientes básicos e a forma de utilizá-los, desenvolvendo nossa própria receita.


Assim é a educação.


Não há receita milagrosa nem manual de como atuar, principalmente nestes casos tão particulares.


Na inclusão de alunos da educação especial não há receita de trabalho.


Como em tudo mais que há na vida, o ingrediente primordial é o bom senso! Com ele podemos alcançar êxito em tudo!


Se recebo um PC (portador de paralisia cerebral) ou um Down (portador da síndrome de down) em minha sala e não sei como agir, devo primeiramente vê-lo como o “João” ou o “Frederico”, pois antes de ser portador de alguma “síndrome” ou de sua necessidade educacional diferenciada, ele é um ser humano, com suas preferências, particularidades, gostos e sentimentos, como qualquer outro aluno desta ou de outra escola! Às vezes podem até não ter o mesmo nível de compreensão, mas merecem o mesmo respeito e as mesmas oportunidades que cada um de nós.


Só depois de interagir com este ser humano é que vou me informar sobre sua deficiência e adaptar materiais para o trabalho com ele.


Para isso, os vínculos e laços afetivos já foram construídos, fortalecendo e facilitando toda forma de trabalho.


A inclusão deve ser feitas gradativamente, trabalhando principalmente temas transversais, pois mais do que proporcionarmos a socialização de um especial, permitimos que as crianças do ensino regular tenham a oportunidade de conhecer o diferente, aprendendo a conviver com tais diferenças e muito mais que isso, aprendam que essa convivência e respeito devem andar sempre juntos como um só.


Assim, diminuiremos para essas futuras gerações o preconceito e a intolerância, tão presentes nos dias atuais.


Então, trabalhando em conjunto com o AEE (atendimento educacional especializado) das salas multifuncionais, buscaremos adaptações de materiais para utilização no contexto trabalhado, além do auxílio desse professo especializado para nossa atuação.


Dessa forma, não há o que temer!


Cada um fazendo sua parte, com bom senso e coerência, trocando experiências e crescendo juntos, pois desde sempre sabemos que somos muito mais que professores, somos mágicos, ilusionistas, palhaços, trapezistas e muito mais para atrair a atenção do aluno e promover uma aprendizagem prazerosa. Agora, com mais recursos, para um público muito especial!!




Marcia Raf
Pedagoga
Psicopedagoga Clínica e Institucional
Especialista em Educação Especial Inclusiva

Um comentário:

  1. Muito boa a matéria! Pra quem está recebendo alunos de inclusão ajuda bastante.
    Obrigada
    Fernanda

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