Phoenix Educacional

“ Ninguém ignora tudo,

Ninguém sabe tudo.

Todos nós sabemos alguma coisa,

Todos nós ignoramos alguma coisa.

Por isso aprendemos sempre”

( Paulo Freire)

O que é a Inclusão e que benefícios pode trazer para a escola?

Inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais é um assunto em voga na atualidade, porém sem total entendimento da população.

Segundo a Declaração de Salamanca, uma resolução das Nações Unidas adotada em Assembléia Geral, a qual apresenta os procedimentos – padrões para a Equalização de Oportunidades para pessoas portadoras de deficiências físicas, a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais deve ocorrer até este ano de 2010.

Mas ainda há muitas escolas que resistem à inclusão, no sentido pleno da palavra, que engloba todos os alunos, desde crianças com dificuldades de aprendizagem àquelas que estão mais severamente prejudicadas física ou mentalmente.

A questão dos benefícios da inclusão ainda não é vista a olhos nus, mas o crescimento nos leva a olhar essa e outras questões sob outros prismas, não sendo diferente com esse tema!

Estar junto é se aglomerar, já inclusão é estar com, é interagir, é conviver.

A inclusão é a capacidade de entender e reconhecer melhor as diferenças e o outro como ser individual e único, diante de suas necessidades especiais, sejam de fala, coordenação, relacionamento ou aprendizagem.

Os modos permanentes de pensar, sentir e atuar são mais desenvolvidos na sala de aula e na escola sendo então, dessa forma, o convívio necessário para todos.

As práticas educativas exercitadas no convívio escolar guardam estreita correspondência com a cultura da cultura de cada região. É dessa forma que atos de exterminação do preconceito podem se firmar e se fortalecer.

Os benefícios de uma escola inclusiva vão além daqueles direcionados às crianças com necessidades educacionais especiais, sejam elas físicas ou mentais. São voltados a todo o grupo envolvido como pais, professores, comunidade e o próprio aluno, pois levam o grupo ao pensar, ao refletir e ao se preocupar com o próximo.

Inclusão também é uma maneira de estimular a boa formação de conduta das crianças, uma vez que possibilita que estes convivam com os discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela sua cor, interagindo com o restante da sociedade, aprendendo valores como o respeito, a cordialidade e o auxilio ao próximo.

Segundo Mantoan (1997, p.20) “A inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma conseqüência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico”.

O preconceito que ainda insiste em correr por nossa sociedade, não pode ser aceito em nossos professores, pois eles como antigos “detentores de saber”, hoje são os mediadores da aquisição de conhecimento e, mesmo tendo mudado sua postura em relação à alunos e sociedade, ainda são os exemplos de nossas crianças.

A busca pelo conhecimento e aperfeiçoamento do professor o faz ver quais medidas devem ser tomadas pela melhor formação de cidadãos e, assim, demonstrar que as diferenças existem para o bem e o crescimento de todos.

Dessa forma o professor tem uma gama de temas para trabalhar com os alunos, levando-os a percepções que antes não poderia explanar. Ele pode trabalhar as diferenças como diversidade, pois são nelas que construímos e fazemos a aquisição da aprendizagem.

Aceitar o diferente é a forma mais singela de aceitar a si mesmo, pois exercita-se o respeito e a cordialidade.

Dessa forma vemos a inclusão como uma oportunidade para o aperfeiçoamento da escola, como espaço físico, e de seus componentes (professores e, sim, alunos!) através da aquisição de novos conhecimentos e exercício de cidadania, respeitando cada qual com suas diferenças e sua individualidade.

Marcia Raf

Pedagoga

pós graduanda em Ed. Especial Inclusiva com

ênfase em Deficiência Mental

diretora pedagógica Phoenix Educacional

coordenadora pedagógica pólo de Pós Graduação FAPI/ AMG Educacional

http://phoenix-educacional.blogspot.br



Ref. Bibliográfica

ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos . - 3 a edição, 1998.

GLAT, Rosana. Um novo olhar sobre a integração do deficiente. In: MANTOAN, Maria Teresa Egler .(org.) A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon; SENAC, 1997.

TOURAINE, Alain. Poderemos viver juntos?: iguais e diferentes . Trad. Jaime A . Clasen e Ephraim F. Alves. Petrópolis: Vozes, 1998.